Análise do juice Moby Dick – Black Flag

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Vaporaqui
 
 
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Análise do juice Moby Dick – Black Flag

Mensagem por Vaporaqui »

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Sabor e Vapor
Utilizei dois setups para analisar o Moby Dick, o primeiro foi em um dripper Velocity com uma coil dupla trançada de Nichrome N80 AWG 27 usando 11 voltas cada o que me resultou em 0.50 ohms e o segundo foi em um Vaporesso Gemini com uma dual clapton de Kanthal A1 AWG 26 envolvido com AWG 32, totalizando 7 voltas cada coil, o que me deu 0.56ohms. Usei um Joyetech Cuboid para tocar ambos os RBAs.

No site da marca temos a seguinte descrição do produto: “Na história de Moby Dick, o monstro era conhecido por afundar embarcações, chegando a afundar três de uma vez só. Há relatos que ela ataca apenas em dias de temporal e mar agitado. Cria-se, com base em sua força de destruição, Moby Dick o único juice 80% Glicerina Vegetal (VG) da Black Flag. Suas notas são de creme e massa de baunilha, recheadas com um delicioso toque de blueberry.”

Vamos primeiro analisar o fator diferenciado deste juice, a presença de 80% de VG em sua composição.

Costuma-se dizer que a VG (Vegetable Gliceryn ou Glicerina Vegetal) é responsável pela produção de vapor dos juices, sendo o PG (Propilenoglicol) a matéria prima responsável pelo sabor.

Na verdade há uma falácia nisso tudo, não é que o PG seja exatamente responsável pelo sabor, é que ele não influencia o produto final como o VG, que possui em sua característica um sabor naturalmente adocicado, além de possuir uma alta viscosidade, ambas características que podem mascarar ou alterar o sabor de um líquido.

Há algum tempo atrás notei que o mercado caminhava para uma concentração maior de VG com o apelo da “produção de nuvens”, às vezes deixando o sabor em segundo plano ou sequer mencionando-o como diferencial de seu produto, chegando a apresentar inclusive líquidos 100% VG.

Atualmente, tenho visto as marcas distanciando-se desta proporção e voltando à uma quantidade igual ou superior de PG, dando ênfase ao sabor e deixando a quantidade de vapor em segundo plano.

Para mim essa mudança de foco é acertada, pois apesar de divertida, a grande produção de vapor perde rapidamente sua importância quando comparada com um sabor mais marcante.

Independente do que isso signifique, é preciso analisar o juice de forma justa e enquadrá-lo corretamente em seu nicho.

Portanto temos no Moby Dick um juice com alta concentração de VG que se comporta de maneira prevista, com grande produção de vapor criando verdadeiras nuvens, mas perdendo um pouco a intensidade de seu sabor quando comparado a juices com mais PG.

Não se engane, o sabor está lá e é bem presente, a baunilha e o creme são percebidos ao longo de toda a vaporada, com o toque de Blueberry que me fez lembrar daqueles biscoitos caseiros de Natal, com formato de bonequinhos de neve, árvores e presentes, com glacê e granulado doce por cima, bem coisa de avó, é muito parecido.

Mas a escolha de essências naturalmente leves e o Blueberry sendo uma das essências de “berries” menos encorpadas que conheço, contribuem um pouco para a falta de impacto quando comparamos o Moby Dick com outros juices da mesma linha.

Devo lembrá-lo que a intenção aqui é produzir mais vapor e isso o juice faz ao mesmo tempo que entrega um sabor agradável, mesmo que um pouco mudo, cujo custo da maior quantidade de vapor será cobrado em sabor, é o preço a se pagar por ter 80% de VG.

À muito tempo não experimentava uma concentração tão alta de VG e confesso que meu Gemini rebolou um pouco pra tocar o líquido e lembre-se que ele é um atomizador com 4 generosos canais de juice e todos estavam abertos, mesmo assim tive um leve indício de dry-hit quanto vaporei algumas vezes em sequência, o chamado chain-vape, sinal de que você deve tomar cuidado com tão alta concentração de glicerina para não ter surpresas em atomizadores mais simples.

Experiência e conclusão
O Moby Dick é indicado para quem gosta de uma maior produção de vapor, ponto final. Atualmente não há outro motivo para se usar uma concentração tão alta de VG em um juice, à menos que você seja alérgico ao PG (o que é raro, mas existe), mas isso obrigaria você a usar 100% VG.

Esta decisão torna algumas coisas mais complicadas, os sabores ficam um pouco mais fracos, sua alta viscosidade pode gerar dry-hits em alguns atomizadores, setups e/ou builds que não consigam lidar com o juice, o próprio refilar dependendo do que você usa pode tornar-se um desafio.

Mas para o que se propõe, o Moby Dick cumpre seu papel e cumpre bem. Você produz um vapor denso e em grande quantidade enquanto sente um sabor suave e agradável de biscoito caseiro da vovó.

Se isso é suficiente ou indicado para você, deixo inteiramente à seu critério, mas no fim das contas Moby Dick é um excelente juice, seria injusto dizer que ele perde em sabor para qualquer outro líquido que tenha uma concentração menor de VG porque isso é óbvio e é característica da mistura, não tendo nenhuma relação com a competência da marca ou qualidade de suas essências, simplesmente não há milagre alquímico, mas a diferença apesar de perceptível, não é suficiente para impedir que este juice agrade os sentidos.

Não posso deixar de elogiar o produto pelo que ele é, pois enquanto perde um pouco em sabor, ganha muito em vapor.

Se me pedissem uma sugestão eu diria que uma combinação de essências mais fortes seria indicado, atabacados ou doces mais proeminentes é um caminho a seguir, para contornar a perda natural de sabor por causa da alta concentração de VG.
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